A Casa Rica é a morada de um engenheiro aeronáutico e uma arquiteta paisagista que nasceu e foi criada na Amazônia Sul, mas vivia há 10 anos na cidade de São Paulo. Este projeto representa o resgate das minhas raízes, da minha origem no interior no norte de MT, e a cura de dura depressão.
Quando compramos o terreno de 347 m2 em 9 m de declive, que confronta com uma floresta ao fundo, já imaginei a casa elevada sobre aquele talude e liberando todo o espaço para o meu tão sonhado jardim.
Toda a casa foi pensada em função do paisagismo e da qualidade de vida do lado de fora dela, a edificação ocupou o menor espaço possível do terreno, apenas 32%, o restante virou paisagem, com diversos usos:
Horta elevada onde cultivamos boa parte de nossos alimentos, a horta também ocupa o muro de divisa, onde treliçado de cabos de aço tutoram maracujás, cipó alho e ora-pro-nóbis;
A área livre sob a projeção da edificação, sempre sombreada e muito fresca, teve o solo seco coberto por placas drenantes, poltrona e sofá pendurados (já que o chão é inclinado) e rede. Uma treliça metálica com trepadeiras faz o fechamento do meu viveiro de estudo, onde cultivo orquídeas, faço algumas mudas, compostagem e guardamos tudo sobre manutenção do jardim e piscina.
As placas drenantes que cobrem a área seca de estar sob a casa, também se estendem, com outra paginação, ao solaria da piscina e caminhos da horta. A piscina tem um tamanho ideal para atender ao casal, e não ocupar muito o espaço do jardim, tem imersão, deck molhado e um longo banco com duchas de hidromassagem e vista para a floresta. Também foi construída respeitando o declive natural do terreno, fazendo com que a casa de máquinas e o trocador de calor, instalados na parte mais baixa, não fiquem visíveis.
Há um espaço para pomar entre a piscina e o muro de divisa do fundo, ar arvores camuflam a alvenaria e servem como um alongamento da floresta, para dentro do nosso jardim... Conseguimos com isso, a integração do nosso jardim com a floresta.
Na lateral que confronta com as altas casas vizinhas, plantamos um renque de árvores na altura ideal para fazer o fechamento visual e trazer privacidade, tanto para o nosso jardim, quanto para as janelas da sala, que fica acima dele.
Sob o pergolado de madeira que se encaixa entre casa e muro lateral, uma sala de refeições cercada por vasos com arvores frutíferas que servem de guarda corpo.
O jardim frontal é a fachada da casa, literalmente. Construída com jardineiras estruturais de concreto, a fachada da casa é um jardim vertical composto apenas por espécies rupícolas e epífitas de pleno sol, bromélias e orquídeas, muitas delas, tem grande valor afetivo para mim. Foi implantado no final de 2023, com irrigação automatizada, já se desenvolve muito bem.
O acesso da garagem foi feito em concregrama, não queríamos ver piso algum na frente da casa, apenas o verde. Um oití existente na calçada e a grande jabuticabeira sabará que plantamos no jardim da frente, fazem juntos, uma bela moldura para a singela fachada.
Toda a vegetação que compõem os jardins, é nativa de diferentes biomas do brasil. Mas boa parte é da Amazonia, com forte valor afetivo para mim, pois me fazem lembrar das florestas da minha terra natal, mesmo estando tão longe dela.